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De antemão já informamos: parte do tema deste texto está lá no post sobre instrumentos de corda, publicado há três meses. Mas calma, não estamos sendo repetitivos… É que certos instrumentos tipificados como eletrofones são categorizados em outro grupo, a depender do sistema de classificação.

No texto sobre instrumentos musicais explicamos que há dois sistemas muito usados no Ocidente para classificar instrumentos: o de Mahillon e o de Hornbostel-Sachs.

No de Mahillon – que caiu no senso comum e ainda é bastante utilizado na música clássica -, os instrumentos musicais são classificados a partir da maneira como o som é produzido no próprio instrumento. Sendo assim, violão e guitarra elétrica ficam no mesmo grupo, uma vez que o elemento gerador de som são as cordas.

Já o sistema Hornbostel-Sachs – o mais utilizado atualmente em contextos acadêmicos e de pesquisa – classifica os instrumentos musicais a partir da física da produção sonora. Nesse sistema, o violão é categorizado como um cordofone e a guitarra como um eletrofone, uma vez que o primeiro produz som a partir da vibração das cordas enquanto a segunda produz som graças a uma corrente elétrica.

Nem precisa dizer que, dentre todos os grupos de instrumentos musicais, os eletrofones são os mais recentes… Para que eles pudessem existir, o acesso amplo à energia elétrica era condição fundamental – e esse fenômeno só aconteceu a partir do início do século XX.

Siga com a gente neste texto para conhecer um pouco da história dos eletrofones e sua relevância para a música contemporânea!

Eletrofones: princípio de funcionamento

Como a eletricidade produz som? Bom, de várias formas… É só lembrar do estrondo de um trovão quando um raio cai a uma certa distância de você 🌩️…

Mas falando especificamente de boa parte dos eletrofones – violão, guitarra, baixo e contrabaixo elétricos – o som é provocado graças à captação de uma corrente elétrica que é gerada pelas vibrações das cordas. Para explicar esse princípio, precisamos rapidamente apresentar um dos equipamentos musicais mais importantes do mundo da música, os captadores.

Inventado em 1923 pelo músico e engenheiro acústico norte-americano Lloyd Loar, o captador é composto por duas partes. A primeira é um ímã ou um conjunto de ímãs. A segunda é uma bobina com um fio de cobre esmaltado enrolado em torno do ímã.

O ímã é o responsável por gerar o campo magnético. Ao tocar as cordas – que são de metal ferroso -, elas vibram. Daí a gente rememora aqui os estudos do Ensino Médio e lembra da Lei de Faraday, a que descreve a indução elétrica: a energia mecânica gerada pela vibração das cordas perturba o campo magnético provocado pelo ímã. Ao variar, o campo magnético induz uma corrente elétrica na bobina de cobre, na mesma frequência da nota tocada nas cordas. Essa fraca corrente elétrica que percorre a bobina chega até outro equipamento musical bem importante, o amplificador. Daí ouvimos o som característico dos eletrofones de corda saindo da caixa de som.

Além destes há outros eletrofones bem populares como os teclados e sintetizadores. Eles não dependem apenas da eletricidade para produzir som, também dependem da eletrônica. O som é sintetizado, ou seja, criado por um pequeno computador que fica dentro do instrumento. 

A Era dos instrumentos eletrificados

No texto sobre rock que publicamos aqui no blog da Musicloom dissemos que, muito provavelmente, ele foi o movimento artístico que mais influenciou a cultura do planeta. A importância desse supergênero musical é tamanha que a sua base instrumental ajudou a consagrar um novo jeito de produzir e consumir música ao vivo.

É inegável que a evolução tecnológica alterou e altera o modo como fazemos absolutamente tudo, inclusive tocar música. Mas apenas por exercício, imaginemos que o rock nunca tivesse sido criado e que o gênero musical que se tornasse mundialmente popular fosse o jazz, cuja base instrumental é formada principalmente por instrumentos de sopro. Será que a experiência do consumo de música ao vivo seria a mesma? Teríamos, por exemplo, festivais de música como os que conhecemos atualmente?

A verdade é que o combo rock + eletrofones mudou drasticamente a forma de artistas se apresentarem. Ao invés de auditórios fechados ou conchas acústicas de capacidade reduzida, as apresentações musicais puderam acontecer em espaços amplos e para milhões de pessoas, como os shows na praia de Copacabana.

Além disso, os eletrofones passaram a integrar a base instrumental de diversos gêneros e ritmos musicais: sertanejo, reggae, jazz, blues, country, axé… Atualmente é difícil imaginar um gênero musical que não seja interpretado pelo menos com um dos eletrofones, sendo a guitarra a mais popular.

Diversos usuários da Musicloom são especialistas em eletrofones e estão procurando parceiros para formar uma banda ou apenas para uma jam session! Quer se conectar a eles? Basta navegar pelo nosso diretório! Poucos cliques te separam do seu futuro parceiro na música!