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Estrelas do rock, ícones da música popular brasileira, nomes históricos da música sertaneja, grandes sambistas… Se te veio à mente qualquer artista de um desses gêneros ou ritmos musicais, há grandes chances de você ter visualizado ele empunhando algum dos instrumentos de corda.

É difícil negar que, dentre todos os instrumentos musicais, os de corda muito provavelmente são os mais populares. Os motivos para isso podem ser vários: eles te permitem tocar e cantar simultaneamente; são portáteis; a variedade de instrumentos é grande; são financeiramente acessíveis…

Dados da indústria mostram que, nos próximos anos, a tendência é que os instrumentos de corda continuem como os mais populares. Uma pesquisa da Fortune Business Insights mostra que, dos quase 20 bilhões de dólares gerados pela venda de instrumentos musicais em 2024 em todo o mundo, os instrumentos de corda respondem por cerca de 7 bilhões – o que equivale a 36% do mercado

Mas para além das características inatas dos instrumentos de corda, há elementos culturais que favoreceram a sua popularização. Siga com a gente neste texto para entender melhor porque eles são tão populares e o tamanho da sua importância para diversos gêneros e ritmos musicais!  

Antes e depois desse tal de rock’n roll

Quem leu o texto daqui do blog sobre instrumentos musicais vai se lembrar que eles provavelmente começaram com os de sopro, mais especificamente com a flauta neandertal, há 60 mil anos. Já em relação aos cordofones, os registros mais antigos de sua existência apontam para pinturas rupestres de 13 mil anos atrás em cavernas na França.

Os instrumentos de corda mais antigos que temos conhecimento são as liras de Ur. Estima-se que elas, que estão expostas no Museu Nacional do Iraque, possuam 4.500 anos.

No Ocidente os cordofones foram aumentando sua popularidade, quando comparados aos outros instrumentos musicais, a partir da virada do século XVI para o XVII, com o Barroco. É nesse período que surgem tanto a ópera quanto a orquestra. Mas é especialmente graças à obras de Beethoven e Paganini, já no período Clássico (século XVIII até o início do XIX) que o violino e o violoncelo – dois cordofones da orquestra – ganham destaque. Ambos destacaram o violino como o instrumento solista, dando enorme centralidade a ele na execução de peças musicais.

Mas é inegável que o destaque já alcançado pelos instrumentos de corda ainda nos séculos XVII e XVIII mudou de patamar no século XX, em grande medida graças à rápida popularização de ritmos e gêneros musicais norte-americanos: blues, jazz e rock.

O rock’n roll é, dentre os supergêneros musicais, o de maior influência no Ocidente nos últimos 200 anos. Muito de sua influência na cultura mundial deve-se a um instrumento que foi sendo desenvolvido a partir da década de 1920 e ganhou versões estáveis e comercializáveis no final dos anos 1940: a guitarra elétrica. Ela se tornou o principal símbolo do rock e, junto do baixo e do contrabaixo, ampliou drasticamente a popularidade dos instrumentos de corda.  

Instrumentos de corda (ou cordofones): sua importância em ritmos e gêneros musicais populares

Quem nos acompanha aqui no blog e no Instagram já sabe que a instrumentação é um critério fundamental na definição tanto dos gêneros quanto dos ritmos musicais. Grande parte da penetração dos instrumentos de corda é explicada pela ampla popularidade que certos gêneros musicais e ritmos alcançaram. Quando olhamos especialmente no Brasil, é impressionante a centralidade de diferentes cordofones.

O samba, principal matriz musical da cultura brasileira, é um ritmo que tem a instrumentação literalmente marcada pelos instrumentos de percussão. Contudo é inegável a importância do cavaquinho e do violão para o samba. O ritmo evoluiu graças a artistas que dominavam instrumentos de corda: desde Noel Rosa, passando por Cartola, Nelson Cavaquinho, João Gilberto, Toquinho, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Baden Powell, Paulinho da Viola, Chico Buarque, Xande de Pilares…

Outro gênero que ganhou enorme popularidade no país foi o sertanejo. Com marcada instrumentação feita pelo violão e a viola, além do acordeão, a música sertaneja se consolidou como um dos estilos mais popularares no Brasil, especialmente a partir da década de 1940. Boa parte do sucesso alcançado deve-se às interpretações de violonistas extremamente habilidosos como Dilermando Reis, João Pernambuco e Gilvan de Oliveira.

Um outro gênero muito popular no Brasil carrega uma curiosidade: ele pode ter sido um dos responsáveis por influenciar em um instrumento fundamental para a música mundial moderna. O axé tem suas origens ligadas ao trio elétrico Dodô e Osmar. Foram eles quem criaram o “pau elétrico”, um instrumento feito a partir do braço de um cavaquinho e um captador, para amplificar o som do instrumento. Curiosamente, o “pau elétrico” foi desenvolvido na mesma época da guitarra elétrica, nos Estados Unidos. 

A partir do “pau elétrico”, Dodô e Osmar criaram a guitarra baiana, um instrumento de corda que acompanhou a evolução do axé no Brasil, transformando-se em um dos instrumentos de trabalho de exímios guitarristas como Luiz Caldas e Pepeu Gomes. 
Se você acompanha as postagens lá na Musicloom já deve saber que, na nossa comunidade, os instrumentos de corda também são bastante populares! Quer trocar experiência com os artistas que tocam esses instrumentos e estão na nossa plataforma? Então navegue pelo nosso diretório e interaja nos posts!