Nos últimos posts, tanto daqui do blog quanto do Instagram da Musicloom, tratamos de fases da jornada musical: a concepção, formação, planejamento e a banda em ação. Essas etapas também podem ser organizadas num ciclo PDCA. Neste último texto da série, ao falarmos da avaliação da banda, vamos abordar o “C” e o “A” do ciclo.
Para quem nunca ouviu falar o ciclo PDCA é um método iterativo de trabalho. Formado pelas iniciais dos termos em inglês Plan, Do, Check e Act – em português “Planejar, Fazer, Verificar e Agir” – o método defende que todo o processo de trabalho deve primeiro ser planejado, depois executado, em seguida avaliado e, ao final, as informações coletadas na avaliação devem ser usadas tanto para corrigir o processo quanto para subsidiar um novo ciclo e daí, partir novamente do planejamento.
A fase de avaliação da banda é a etapa na qual ela irá medir seu próprio progresso, tomando como referência o plano e as metas estabelecidas na etapa de planejamento da banda.
Propensão à mudança
Na etapa de avaliação, o primeiro movimento que os integrantes da banda devem fazer é olhar para dentro de si. Sim, estamos falando de autocrítica. Alguns dos ajustes necessários para evolução da banda passam por mudanças de comportamento. Se todos integrantes não estiverem dispostos a se analisar, pedir desculpas e reconhecer os pontos nos quais podem melhorar, não há espaço para o desenvolvimento do grupo.
Para que a evolução aconteça com um integrante sendo catalisador do desenvolvimento do outro, a transparência e a comunicação aberta dentro da banda são essenciais. Só por meio delas é possível solucionar conflitos e garantir que todos os membros estejam alinhados e comprometidos com os objetivos do coletivo.
Temas como faltas ou atrasos em ensaios ou apresentações, falta de cuidado com os instrumentos, equipamentos e figurino, desorganização financeira entre outros assuntos espinhosos devem poder ser abordados com franqueza. Se cada integrante reconhecer seus pontos de melhoria, são grandes as chances dele receber ajuda de todo o grupo para trabalhá-los.
A prática de reuniões regulares pode atender a diversas necessidades da banda. Nelas é possível avaliar a performance em ensaios e apresentações, resolver possíveis conflitos e já agir sobre as melhorias, subsidiando assim novos ciclos de planejamento.
Avaliação da banda: a importância das métricas
Se você leu os textos do planejamento da banda e dela em ação vai se lembrar do destaque que demos aos canais digitais – site, perfis de redes sociais, perfis em plataformas de streaming de música como Spotify e Deezer. A grande vantagem que o suporte digital oferece é a facilidade de acompanhar as métricas, tanto de canais de comunicação quanto de divulgação da obra da banda.
A base de seguidores dos perfis de redes sociais da banda está crescendo? O engajamento das postagens está aumentando? Há um incremento no volume de acessos ao site? Mais pessoas estão seguindo e reproduzindo as músicas da banda nas plataformas de streaming?
Outra métrica fundamental é o interesse de profissionais da indústria criativa e o faturamento da banda. Mais produtores e casas estão procurando a banda para que ela realize apresentações nos seus estabelecimentos? Os shows estão cada vez mais cheios? Tanto a quantidade de ingressos vendidos quanto o preço deles está aumentando? Esses dados podem estar indicando um crescimento da audiência e da base de fãs, a ponto deles estarem dispostos a comprometer ainda mais do seu capital para ouvir as suas apresentações.
Analisar o feedback do público e revisar a estratégia de marketing regularmente são práticas importantes para garantir que a banda continue no caminho de crescimento. Esse feedback deve subsidiar o ajuste do repertório, os conteúdos dos canais digitais e as estratégias de relacionamento. Sempre lembrando, como já dissemos neste texto, que para que tudo isso aconteça é necessário disponibilidade dos integrantes à mudança e flexibilidade dos mesmos nos ajustes.
Conceber, formar, planejar, atuar e avaliar uma banda exige planejamento, estratégia e uma forte identidade. Para tocar um instrumento ou cantar, talvez só talento seja suficiente. Mas para trilhar o caminho, em grupo, rumo ao verdadeiro sucesso musical, serão necessárias milhões de decisões de ordem pragmática.
Lembre-se de manter o foco nos objetivos traçados na etapa de planejamento da banda e de sempre checar se a jornada não está se desviando demais do propósito estabelecido na etapa de concepção. Esses orientadores irão te ajudar durante todo o percurso.
O caminho é longo, mas com dedicação e trabalho em equipe, o sucesso é alcançável!