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O surgimento do rock é uma das marcas mais simbólicas do nosso tempo: as canções desse supergênero musical eram tão aceleradas quanto as mudanças que aconteciam no mundo, na virada da primeira para a segunda metade do século XX. Essas transformações, em grande medida trazidas pela tecnologia, tiveram impacto na própria música. Invenções, como os captadores, mudaram completamente o panorama musical para algo próximo ao que temos hoje.

Foram eles que permitiram transformar instrumentos de corda em eletrofones, possibilitando assim a conversão e ampliação do som por meio dos amplificadores. Sem essas inovações, seria impossível realizar diversos efeitos sonoros que existem na música atual, fora a impossibilidade de realizar festivais de música ou apresentações ao vivo para centenas de milhares ou até para milhões de pessoas.

Os captadores são pequenos e importantes equipamentos musicais que cumprem a primeira etapa da conversão do sinal sonoro em elétrico, permitindo assim que ele seja interpretado pelos amplificadores. Vamos explicar como todo esse processo funciona e consequentemente te ajudar quando você precisar escolher captadores!

Primeiro a história

Desde o final do século XIX são estudadas as possibilidades de aplicação da eletricidade na música. Elas começaram a se tornar realidade com a invenção dos amplificadores, inicialmente usados para ampliar o som captado por microfones. Em seguida surgiram os eletrofones, instrumentos musicais cuja produção do som se dá graças a geração de uma corrente elétrica.

Para que esse fenômeno ocorra é necessário converter o som em eletricidade. E um músico, luthier e engenheiro de som norte-americano dedicou boa parte da sua vida a esse trabalho. Lloyd Loar foi quem inventou os captadores, em 1923. Ele se baseou no amplo conhecimento que já existia sobre o som e investiu em entender melhor a eletricidade, esse fenômeno natural que tinha sido “dominado” na virada do século XIX para XX.

O dispositivo construído por Loar não usava um ímã como os captadores da atualidade, mas foi por meio dele que foram testadas as possibilidades da conversão do som para eletricidade. Para entender o funcionamento, precisaremos voltar às aulas de Física do tempo da escola.

Captadores: a Física que explica o fenômeno

Para facilitar a explicação do funcionamento dos captadores, vamos tomar como exemplo uma guitarra elétrica padrão, de seis cordas. Além disso, conforme dissemos, vamos fazer nosso primeiro exercício de memória e lembrar de uma lição de Física: o som é uma onda mecânica. Como toda onda, sua frequência é medida em Hertz.

As seis cordas da guitarra são afinadas em cinco notas diferentes. A tabela abaixo mostra como é a afinação padrão de uma guitarra – e de alguns instrumentos de corda, como o violão – e a frequência (em Hertz) de cada uma delas. Para quem não tem nenhuma familiaridade com música, vamos lá: o modo padrão de empunhar uma guitarra é usando a mão esquerda para correr pelo braço e a direita no corpo, para tocar. Nessa situação, as cordas são contadas de baixo para cima. Portanto, a sequência fica assim:

Ordem da cordaNotaNotação AlfabéticaOitavaFrequência (em Hz)
MiEQuarta329,63
SiBTerceira246,94
SolGTerceira196
DTerceira146,83
ASegunda110
MiESegunda82,41

Captadores são equipamentos musicais compostos eminentemente por duas peças: um ímã e uma bobina formada por um fio de cobre que é enrolado milhares de voltas em torno do próprio ímã ou de um carretel conectado a ele. Daí, para seguir com a explicação, vamos rememorar mais uma lição da Física…

Todo ímã gera um campo eletromagnético. Como as cordas da guitarra são de metal, o campo as magnetiza, fazendo com que elas criem seus próprios campos eletromagnéticos. Ao serem tocadas, há a geração de ondas sonoras (e consequentemente mecânicas) nos campos, perturbando-os e gerando ondas eletromagnéticas na mesma frequência das notas tocadas.

Para finalizar, recorramos novamente à Física, mais especificamente a lei de Faraday, a da indução eletromagnética: uma variação num campo eletromagnético induz uma força eletromotriz gerando um sinal elétrico alternado, da mesma frequência da onda que perturbou o campo. É esse sinal elétrico que é transmitido pelo cabo que conecta a guitarra ao amplificador.

Tentando deixar ainda mais claro: captadores geram campos eletromagnéticos, captam as ondas eletromagnéticas que perturbam esses campos e as convertem em sinal elétrico. A partir daí, o “trabalho” é com os amplificadores e alto falantes.

Na hora de escolher eletrofones, é importante observar se seus captadores são ativos ou passivos e se são de bobina simples ou dupla. Não há exatamente um tipo melhor ou pior, todos apresentam vantagens e desvantagens. A escolha depende, eminentemente, do tipo de som que se quer produzir, do uso que se quer fazer do instrumento. Para ficar em um exemplo: a princípio, captadores ativos provêm um sinal mais limpo para o amplificador. Por outro lado, os passivos captam os timbres com mais facilidade.

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